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10 Dez 23
7 min

Desenvolvedor front-end, Filósofo e Espiritualista

E o que isso significa.

Antes da leitura

Escrevo o texto abaixo de mente aberta e coração no alto. Todas as opiniões expressas são frutos de estudo e experiências de vida acumulados até esse dia e hora. Me reservo o direito de aperfeiçoar as ideias a medida que amadureço mentalmente, emocionalmente e espiritualmente na busca por alcançar uma Reta Opinião.

Por que este texto é necessário?

Nos últimos 3 anos muita coisa mudou na minha compreensão da vida e do mundo.

Houve uma expansão, uma ampliação, uma quebra de paradigmas e uma ressignificação de questões fundamentais que embasam a minha relação comigo mesmo, com as outras pessoas e com a natureza.

Essas mudanças internas profundas me inspiraram a gerar uma nova forma de me expressar e me posicionar diante daqueles com quem tenho o prazer de interagir.

Porém, essa nova expressão pode não estar clara o suficiente e se faz necessário trazer à luz a essência de certos conceitos.

Escolhi eu mesmo os rótulos que quero me atribuir: desenvolvedor front-end, filósofo e espiritualista.

Pretendo nos próximos parágrafos esclarecer cada um deles com a devida atenção que merecem, porém, sem esgotar sua definição.

O que é um rótulo?

Gostaria de iniciar esse texto falando um pouco sobre rótulos.

A palavra “rótulo” vem do latim rotŭlus, que significa “rolo” ou “cilindro”. Sua origem é atribuída aos rolos de pergaminho que tinham um aspecto de documentação na antiguidade, ou seja, rolos de pergaminho que passavam uma informação oficial.

Com o tempo, a palavra passou a ser usada como uma inscrição em um objeto para indicar uma série de informações sobre ele, como sua origem, para onde está sendo enviado, para que serve, sua composição, etc, sendo usada pelo comércio para passar informações sobre produtos.

E também ganhou um sentido figurado num contexto social, passando a ser usada como uma qualificação sem fundamentos que atribuímos a algo ou alguém, ou seja, uma qualificação simplista e sem propriedade.

Ao rotular algo ou alguém, estamos transmitindo uma série de informações que nem sempre estão claras para quem transmite ou para quem vai entrar em contato com aquele rótulo.

Cada um de nós tem um conceito interno sobre os rótulos com os quais interagimos, e que nem sempre é o conceito mais adequado, ou está em conformidade com a essência daquilo que foi rotulado.

Portanto, o rótulo está limitado a compreensão que cada um é capaz de alcançar ao entrar em contato com ele.

Ao rotular colocamos limites, um ponto final, fechamos toda a possibilidade de expansão do entendimento, e cercamos a essência da informação com a interpretação pessoal daqueles que vão dialogar com o objeto rotulado.

Desenvolvedor front-end

A palavra “desenvolver” é composta de três partes: um prefixo des-, que é um prefixo de negação; o termo -en-, que vem do latim in, e significa “mover para dentro”; e por fim a palavra -volver, que tem origem no latim volvere, e significa “rolar” ou “fazer girar”.

Logo, “envolver” significa “fazer girar para dentro”, e “des-envolver” seria o oposto, “fazer girar para fora”.

Desenvolver também é uma palavra relacionada aos rolos de pergaminho em que se fazia necessário “girar para fora” para permitir o aparecimento de algo que estava envolvido, coberto, resguardado.

Platão, em sua Teoria das Ideias, diz que tudo o que se encontra no mundo manifestado é uma sombra do que existe num plano mais elevado, que ele chamou de plano das ideias.

Quando algo se manifesta no mundo, isso já existia como potencial no plano das ideias, sendo aquele que a executa, apenas um canalizador que se sintonizou com essa ideia e foi capaz de plasmá-la nesse plano físico.

Voltando ao conceito de desenvolver, um “desenvolvedor” seria esse canalizador que faz girar para fora o pergaminho onde está contida a ideia e a faz aparecer para o mundo, dá forma e a torna real nesse plano.

A segunda parte já se trata de um termo mais técnico da área de tecnologia.

A palavra front e end vem do inglês e querem dizer respectivamente “frente” e “fim”, ou “extremidade”. Isso quer dizer a “extremidade da frente”, ou a “ponta da frente”, que na área de tecnologia significa a parte de um software, website, ou aplicativo, que está na frente do usuário. Em outras palavras, seria a parte com a qual ele interage diretamente, a sua interface gráfica.

O oposto disso seria a palavra back-end, que está relacionada a parte “de trás” do software, site ou aplicativo, com a qual o usuário não interage diretamente, mas que faz parte dele como um todo. Essa parte seria toda a programação que faz o processamento de dados nos servidores e a comunicação com os bancos de dados.

Como um desenvolvedor front-end, sou responsável por trazer do plano das ideias para a realidade a interface gráfica com a qual o usuário final pode se relacionar com uma marca, no caso de websites, ou com dados, no caso de um software ou aplicativo para celular.

Filósofo

A palavra “filosofia” é composta das palavras “filo”, do latim philo, que significa “amor”, ou “amizade”, e da palavra “sofia”, do latim sophia e quer dizer “sabedoria”. Logo, seu significado é “amor à sabedoria”.

Um filósofo é todo aquele que ama a Sabedoria e, por amá-la, a busca com toda sua alma.

A Sabedoria não é simplesmente conhecimento intelectual, ou informações adquiridas pelo estudo. O conhecimento teórico é uma etapa na conquista da Sabedoria, mas ela é, acima de tudo, um conhecimento prático, vivencial, experimentado, e elaborado nas nossas atitudes, que são reflexos do que sentimos e do que pensamos.

Um sábio é aquele que conhece profundamente, na teoria e na prática, os valores atemporais e as leis que regem a Natureza. Ele é capaz de dar respostas adequadas aos diversos obstáculos da vida, apresentando soluções práticas aos problemas da sua época através do seu próprio exemplo. É um mestre na arte de “saber viver”.

Como um filósofo, sou um aprendiz da vida e um buscador da Sabedoria, pois sei que não a possuo. Me permito estar aberto a revisões de conceitos, se eles se mostrarem válidos, e me coloco em contato com as mais diversas tradições da humanidade buscando extrair o melhor de cada uma delas.

Espiritualista

A palavra “espiritualista” deriva de “espírito”, que vem do latim spirĭtus, e que significa “sopro”, ou “respiração”. O sopro de vida de Deus. O sufixo -ista vem do latim -ista, que por sua vez vem do grego -istēs, e é usado na língua portuguesa geralmente para caracterizar o praticante de uma atividade, como por exemplo: oftalmologista, pianista, cientista, etc.

Logo, um espiritualista é aquele que procura praticar as atividades do espírito, ou seja, alguém profundamente conectado a sua espiritualidade.

Ele sabe que o mundo é dual, e portanto tudo tem sua luz e sua sombra. E sabendo disso, reconhece que também tem luz e sombra dentro de si.

O espiritualista busca ver Deus em todas as coisas, pois sabe que Deus está em tudo e ele também está em Deus. E por estar em Deus, procura aumentar sua luz interior para se aproximar cada vez mais Dele. Em oposição ao materialista, que vê na matéria o seu início e o seu fim, e foca suas atividades unicamente nesse ponto, o espiritualista sabe que é eterno, e busca se identificar com o seu espírito, procurando agregar à sua porção imortal valores e virtudes atemporais.

Ser espiritualista é uma postura que se reflete em pensamentos, sentimentos e ações no mundo.

Toda pessoa, seja um ateu ou religioso, que busca conscientemente atuar no mundo com valores e virtudes atemporais como amor, fraternidade, gentileza, generosidade, respeito, justiça, diligência, temperança, paciência, e tantas outras, é um espiritualista, mesmo que inconsciente de que o é.

Porém, nem todo espiritualista é um religioso, pela prática religiosa ser baseada em dogmas que podem ou não o colocar no caminho da virtude, acabando por limitá-lo a um automatismo ritualístico e o afastar da vivência real dos valores do espírito.

A maioria das religiões, se seguida com o coração e discernimento, aplicando-se na prática os ensinamentos do mestre que a inspirou, e retiradas as impurezas acrescidas pelo homem ao longo da História, conduz a um caminho de aperfeiçoamento moral, ético, que é o caminho da virtude e da evolução, o caminho de subida de volta a Unidade.

Para Platão, a ideia mais elevada é a ideia do Bem.

O Bem seria como o ponto no alto de uma pirâmide, uma Unidade. Tudo o que existe, inclusive a humanidade, estaria subindo até o alto dessa pirâmide numa longa jornada evolutiva. Independentemente da face pela qual se sobe, quanto mais subimos, mais próximos do Bem estamos e, portanto, mais unidos. Logo, quanto mais separados estamos, mais nos afastamos da ideia do Bem, desse ponto que a tudo e a todos une.

Como espiritualista, procuro a cada dia subir um pouco mais essa pirâmide.

Hoje não tenho uma religião, por entender que todos esses grandes mestres que já passaram pela humanidade, como Krishna, Moisés, Buda, Jesus, e outros, vieram trazer o mesmo caminho, para povos e culturas locais de sua época, usando a devida linguagem desses mesmos povos e, por isso, parecem caminhos diferentes. E que se permitirmos que seus ensinamentos se tornem uma verdade em nosso coração, estaremos cada vez mais unidos subindo essa longa escada de volta a Deus.

Atualização
Última atualização em 13 de Dezembro de 2023.
Agradecimentos
Foto de capa de NEOM na Unsplash

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Foto de Thiago sorrindo

Autor

Thiago Rossener

Desenvolvedor front-end, filósofo e espiritualista

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